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Tempo Delas: cresce o número de mulheres na medicina, mas desigualdade salarial ainda é realidade

Médica e proprietária do Centro Otorrino Betim (COB), Rayssa Lourenço fala sobre os desafios na busca pelo sucesso

Por Dayse Aguiar

Publicado em 22 de março de 2024 | 13:56

 
 
Rayssa Lourenço, proprietária do COB, fala sobre os desafios que enfrenta na medicina Rayssa Lourenço, proprietária do COB, fala sobre os desafios que enfrenta na medicina Foto: Josilene Vieira

"Se você fizer, vão te julgar. Se você não fizer, vão te julgar do mesmo jeito". A fala é da médica Rayssa Lourenço, otorrinolaringologista e proprietária do Centro de Otorrino de Betim (COB). Neste mês da mulher, o projeto O TEMPO DELAS promove um debate sobre o universo feminino e, a luta pela igualdade de gênero é uma das pautas da atualidade de maior relevância, especialmente quando se trata do papel das mulheres na medicina. 


Por décadas, a área foi dominada por homens, mas a Segunda Guerra Mundial foi um marco importante nesse processo, uma vez que muitas mulheres passaram a trabalhar como médicas devido à falta de mão de obra masculina disponível para a profissão.


No entanto, em 2011, a categoria contava com 141 mil profissionais do sexo feminino, número que passou para 260 mil em 2022. Os dados são do estudo Demografia Médica no Brasil 2023 e revelam, ainda, que até o próximo ano, as mulheres serão maioria entre os médicos do país, com percentual equivalente a cerca de 50,2% da categoria profissional.


De acordo com a pesquisa, o fenômeno já vinha sendo observado desde 2009, junto aos egressos da graduação e os novos registros em Conselhos Regionais de Medicina (CRMs). A perspectiva é continuar nos próximos anos, com previsão, segundo o estudo, que entre 2023 e 2035 ocorra um crescimento previsto de 118% de mulheres médicas, enquanto, entre os homens, o aumento será de 62%.


Apesar desse avanço notável, os desafios persistem. A desigualdade salarial é um problema na área, assim como em outras carreiras: as médicas ganham em média 36% menos que os profissionais homens. Os dados são do estudo Demografia Médica, um trabalho da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) em parceria com a Associação Médica Brasileira (AMB).


Além da questão salarial, as mulheres enfrentam dificuldades ao conciliar trabalho e vida familiar, bem como o assédio moral e sexual, além da violência, que afetam não apenas sua saúde mental, mas também sua capacidade de desempenhar suas funções com eficiência.


"Devemos analisar o panorama do que significa ser mulher e profissional atualmente, entender as batalhas já vencidas e, mais importante, reconhecer que ainda não alcançamos a igualdade profissional em relação aos homens. No entanto, isso não deve nos deter. Devemos continuar lutando", ressalta a médica.

O Centro de Otorrino Betim

O COB é uma clínica de otorrinolaringologia comprometida em fornecer cuidados médicos abrangentes e de alta qualidade para melhorar a saúde auditiva e respiratória, com atendimentos adulto e pediátrico, cirurgias e exames; ouvido, nariz e garganta, audiometria, teste vestibular, dentre outros. 


A missão do COB é oferecer serviços de excelência, com foco na saúde auditiva, nasal e das vias respiratórias, priorizando a satisfação e o bem-estar dos pacientes. O trabalho é realizado em colaboração com eles, fornecendo informações claras e orientações para alcançar uma melhor qualidade de vida. 


O Centro de Otorrino Betim está localizado na avenida Solimões, 108, 3º andar, no bairro Brasileia, em Betim. Os horários de atendimento são de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.  Os agendamentos podem ser feitos pelos números (31) 3665-3201 ou (31) 99545-9767.