Mulher acusada de matar ex companheiro queimado vivo é condenada a 21 anos

No início da noite desta quinta-feira (7), o júri popular condenou Leibiane do Carmo Silva a 21 anos de prisão em regime fechado pelo homicídio do companheiro Alexandre Dutra Cardoso, ocorrido em junho de 2022. O julgamento, que se estendeu por dois dias, teve início no Fórum Criminal Caio Nelson de Sena, nessa quarta-feira (6), e foi concluído no plenário da Câmara Municipal de Betim, nesta quinta-feira (7), onde a sentença foi anunciada.

O advogado de Leibiane, Bruno Freitas, destacou que a defesa buscou um julgamento justo, apresentando provas e argumentos para garantir a clareza do processo e reforçou que em momento algum pediu a absolvição de sua cliente. “Apresentamos várias motivações e argumentos neste sentido. Que os jurados tivessem acesso à prova. Entendemos que a pena foi coerente dentro do contexto avaliado pelo conselho de sentença, mas de toda forma vamos buscar uma diminuição ou mesmo a aplicação da benesse da confissão, que na verdade não foi observada pelo magistrado. Achamos que poderia ser uma pena menor, por conta da confissão. Então, certamente vamos discutir isso nos tribunais superiores. Iremos recorrer, sem dúvida”, afirmou. 

Para Virginia Sônia Dutra Cardoso, mãe de Alexandre, a pena foi insuficiente, dado o nível de violência do crime. Em declarações emocionadas, ela expressou esperança de que o recurso do Ministério Público seja aceito e que a pena de Leibiane seja aumentada. “O resultado não me satisfez. Eu achei que pela gravidade foi pouco a pena dela. Agora é esperar pelo recurso e que aumente a pena dela”, declarou Virginia.

Relembre o caso
O crime ocorreu em junho de 2022, quando o corpo de Alexandre Dutra, de 37 anos, foi encontrado em uma área de matagal no bairro Charneca, em Betim. Ele estava amarrado, amordaçado e carbonizado, com suspeitas de que tenha sido queimado vivo. Investigações da Polícia Civil apontaram que o assassinato foi premeditado e teve como motivações vingança e dinheiro, já que o casal enfrentava uma crise no relacionamento e Alexandre havia recebido uma indenização trabalhista.

Câmeras de segurança flagraram Leibiane saindo de casa na noite do crime, apesar de ela ter negado em depoimento, e o GPS de seu celular indicou que esteve no local onde Alexandre foi encontrado. A polícia também revelou que a mulher tentou acessar a conta bancária do companheiro e pesquisou formas de sacar o FGTS de uma pessoa falecida.

O ex-namorado de Leibiane, Muller Vieira Souza, também foi indiciado como cúmplice no crime e responderá em julgamento marcado para 4 de dezembro. Ambos foram acusados de homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.