PODER PARALELO

Polícia faz operação pra coibir tentativa de traficantes de controlar a internet no Teresópolis

Um dos líderes do trafico na região mandou cortar a fiação das operadoras para criar um provedor clandestino na região

Por Lisley Alvarenga

Publicado em 25 de março de 2024 | 18:21

 
 
Fiação das operadoras que transmite os sinais de internet foi cortada pelos traficantes Fiação das operadoras que transmite os sinais de internet foi cortada pelos traficantes Foto: Reprodução redes sociais

Ao menos oito viaturas da Polícia Militar e duas da Polícia Civil realizam, nesta segunda-feira (25), uma grande operação no aglomerado do Jardim Teresópolis, em Betim, para coibir a tentativa de traficantes de controlar a distribuição de internet na região.

A ação acontece depois de as operadoras de telefonia se reunirem com as forças de segurança para informar que os traficantes haviam rompido a fiação que faz a linha de transmissão de internet dessas empresas na região e de funcionários dessas operadoras terem sido impedidos pelos traficantes de trabalhar no aglomerado. Neste momento, sob a escolta de policiais, os trabalhadores atuam para reestabelecer a internet no bairro. 

Segundo o tenente Diego Oliveira, do 66º Batalhão da Polícia Militar de Betim, o objetivo dos traficantes era criar um provedor clandestino no Teresópolis, em que cada morador teria que pagar R$ 100 para possuir o serviço de internet em casa. 

"Várias empresas de internet nos procuraram e, então, nós decidimos montar essa operação para reestabelecer a ordem na região. Só da Polícia Militar, são mais de oito viaturam atuando no bairro. Vamos estar amparando essas empresas para que os moradores voltem a contar com o serviço de internet e não sairemos daqui enquanto as conexões de todas as empresas não forem reestabelecidas", garantiu o policial militar. 

Inspetor da Polícia Civil de Betim, Ronie Adriano dos Santos, afirmou que a ordem de cortar a fiação das operadoras partiu de um dos líderes do tráfico na região. O criminoso já tem um mandado de prisão em aberto e está sendo procurado pela polícia. "Queremos deixar bem claro que quem manda aqui é a polícia. Não existe isso de bandido achar que manda. Se for necessário, permaneceremos aqui o dia todo", afirmou. 

Propina

Um morador, que pediu para não ser identificado, revelou que um traficante mandou cortar a internet das residências e das empresas da região por conta da falta de pagamento de propina por parte de alguns provedores de internet clandestina que funcionam no aglomerado.

"Ele deu a ordem para que essas empresas que fornecem internet pagassem R$ 20 mil por mês para o tráfico. Os empresários falaram que não iriam pagar, e daí esse traficante mandou interromper o fornecimento. Parece que a ideia é implantar o mesmo sistema de cobranças feito no Rio de Janeiro, através de milícias", contou o morador.

Com Nelson Batista