SAÚDE

Bebê indígena morre em Betim após ter síndrome respiratória aguda grave

Inicialmente suspeitou-se de coqueluche, mas exames descartaram a possibilidade

Por Sara Lira

Publicado em 09 de janeiro de 2025 | 18:19

 
 
Criança deu entrada na rede de saúde no dia 18 de novembro Criança deu entrada na rede de saúde no dia 18 de novembro Foto: Imagem ilustrativa/Freepik/Reprodução

Um bebê indígena de 4 meses, da etnia Warao, morreu nessa quarta-feira (8 de janeiro), em Betim, com síndrome respiratória aguda grave. Inicialmente havia a suspeita de que ele havia sido diagnosticado com coqueluche, mas exames realizados pela Vigilância Epidemiológica descartaram a doença, e apontaram resultado positivo para influenza B, adenovírus e rinovírus.

De acordo com a Prefeitura de Betim, a criança deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Teresópolis em 18 de novembro, e foi transferida para o Hospital Público Regional de Betim no dia seguinte. Já em 1º de dezembro, o menino foi encaminhado para o CTI pediátrico, onde acabou falecendo no último dia 8 de janeiro, apesar dos esforços a equipe médica.

O caso também é investigado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG), que confirmou os testes negativos para coqueluche realizados pelo município.

Atendimento

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde ressaltou que tem desenvolvido ações estratégicas para prestar assistência aos indígenas da etnia Warao na Ocupação Terra Mãe, em colaboração com a unidade de saúde referência do território e lideranças locais que têm laços com os indígenas. As visitas regulares das equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF) começaram em junho de 2024. Porém, os profissionais vêm enfrentando resistência no local.

"Apesar do apoio de lideranças da tribo, que atuam como intermediadores por sua fluência em português, a equipe enfrenta desafios significativos, incluindo resistência e desconfiança de muitos indígenas, que ainda não estabeleceram vínculo com os profissionais e recusam atendimento. Essa dificuldade em criar laços compromete a assistência, embora alguns indígenas já estejam buscando a unidade de saúde por demanda espontânea para resolver questões específicas", explica.

Para este ano, a Secretaria Municipal de Saúde informou que está traçando um plano de ações específico para a população indígena Warao. A pasta destacou, ainda, que os integrantes do grupo também podem acessar os serviços das Unidades Básicas de Saúde (UBSs).