Concerto contra o Preconceito termina com lançamento de livro de morador da Colônia

O lançamento do livro “A Rosa e o Machado” marcou o último dia do Concerto contra o Preconceito, neste domingo (28). O evento, que está na 30ª edição, começou na última terça-feira (23) e termina no fim do dia de hoje, com programação que vai até às 20h.

Emocionado, o escritor Nelson Flôres relatou que a ideia do livro é manter viva a história da Colônia. "Hoje é um dia muito especial para mim. Aos 80 anos, esse era um sonho que eu ainda tinha. Esse livro, lançado para a sociedade, é de grande importância, porque além de contar uma historia que é de muita gente que viveu o isolamento nas colônias do Brasil, ele é um incentivo para as pessoas não se acomodarem, acreditarem na vida e que barreiras, embora existam, têm que ser superadas. A hanseníase nunca matou, não mata, e nunca vai matar ninguém. No meu tempo o que matou foi o abandono, o desprezo, a mão pesada do Estado brasileiro que fez colônia para nos isolar", relata Flôres.

Antes do lançamento, foi realizado um seminário sobre a hanseníase. O coral Tangarás de Santa Isael, tradicional na região, também se apresentou. Ao longo da manhã, autoridades estiveram no local para participar do evento, como o secretário municipal de Saúde, Heron Guimarães, que comentou sobre a importância do diagnóstico precoce da doença.

"Depois de muitos anos de luta, o senhor Nelson Flôres lança o livro que conta a historia dele. Neste período todo, aconteceram grandes avanços, porém, a discriminação e o preconceito ainda persistem, e é contra isso que estamos batalhando. A doença tem cura, e quando diagnosticada nos seus primeiros momentos, não causa sequelas. Neste aspecto, a prefeitura tem feito um trabalho muito importante junto à Fhemig", destacou.

Programação continua

As atividades do Concerto contra o Preconceito contaram com forró para a terceira idade, apresentações culturais, blitz educativa, missa e seminário, além do lançamento da autobiografia.

Para o diretor nacional do Movimento de Reintegração dos Acometidos pela Hanseníase (Morhan), Thiago Flores, o evento teve um balanço positivo. "A avaliação dos 30 anos é maravilhosa. Todos os dias contamos com atividades cheias, com a comunidade participando dos shows e enchendo a praça, além de pessoas de fora que vieram visitar a Colônia. Foi muito legal, do tamanho que a festa merece", afirmou.

As atividades continuam até a parte da noite, com shows na praça da Matriz do grupo Pagode do Xandim, às 16; em seguida, às 18h, apresentação do bloco Cueca do Avesso; para encerrar, a banda Sambadub sobre ao palco do evento.