'TORNAR-SE NEGRO'

Clube do Livro Carolina Maria de Jesus promove primeira discussão de leitura neste sábado (27)

Encontro será na praça São Cristóvão, às 16h; público pode participar da discussão mesmo não tendo lido o livro

Por Kemileyn Freire

Publicado em 25 de julho de 2024 | 23:12

 
 
Clube do livro será realizado sempre no quarto sábado de cada mês Clube do livro será realizado sempre no quarto sábado de cada mês Foto: Emílio Freitas/Divulgação

A popularização da literatura negra brasileira. Essa é a premissa principal do Clube do Livro do Coletivo Imani, organização de Betim que se encontra para refletir sobre identidade, cultura e valores ancestrais. Neste sábado (27), o coletivo se reúne na praça São Cristóvão, às 16h, para o primeiro encontro do Clube do Livro Carolina Maria de Jesus.

Na ocasião, serão discutidas as entrelinhas do livro “Tornar-se Negro”, de Neuza Santos Souza, psiquiatra, psicanalista e escritora brasileira que aborda em sua obra os aspectos sociológicos e psicanalíticos da negritude. Desta forma, o grupo guiará, por meio de um mediador, o debate sobre o livro, dando uma breve introdução sobre a autora e destacando o contexto histórico em que o livro foi escrito.

“As pessoas podem ficar à vontade para fazer uma reflexão, um comentário ou compartilhar alguma experiência que tenha relação com o livro. Já no próximo encontro, faremos a finalização das discussões da obra ‘Tornar-se Negro’, e já apresentar ao público qual será o próximo livro”, pontuou uma das idealizadoras do Coletivo Imani, Jéssica Silva.

O Clube do Livro

Ela conta que outra proposta do clube do livro, além de espalhar a literatura preta entre todas as pessoas interessadas, e não somente para aquelas que se identificam como pessoas negras, é se fazer um clube de leitura acessível para a população: “Queremos promover na cidade um espaço de conhecimento, para que as pessoas não se sintam intimidadas em se aproximar dessas obras. Pois ouvimos muito que o Coletivo Imani é um grupo de pessoas intelectuais, que falam 'difícil', a gente quer quebrar um pouco dessa imagem, para que as pessoas não criem um abismo entre o conhecimento acadêmico e o conhecimento do dia-a-dia”. 

Jéssica afirma que é importante que as pessoas entendam a existência da literatura e intelectualidade preta acessíveis para todos. E ressalta que “todos têm algo a acrescentar que agrega na construção desse saber. Ninguém precisa ficar intimidado com o clube de leitura, pois ele é um espaço de construção” finalizou a idealizadora.

Os encontros serão mensais e sempre no quarto sábado de cada mês. As discussões devem ter em torno de 2h de duração. O clube recomenda que, antes de participar, o público tenha lido o livro, mas caso não tenha, as pessoas podem participar da mesma forma.