A candidatura de Kamala Harris nos Estados Unidos já foi considerada uma vitória. Uma mulher negra representando um dos maiores partidos nas eleições da maior potência mundial é um sinal de que nós, mulheres, conseguimos conquistar um espaço importante no cenário político mundial. Mas nossa busca por igualdade ainda está longe de terminar.
Segundo o relatório "Desigualdade de Gênero e Raça na Política Brasileira", com base nos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre os pleitos de 2016 e 2020, a paridade de gênero nas prefeituras do país poderá levar até 144 anos para ser alcançada. O mesmo relatório ainda apontou que 978 municípios (18% do total) não têm mulheres nas Câmaras municipais - ou seja, não há representação feminina no poder de decisão direto das cidades.
Na Câmara dos Deputados, o cenário não é muito diferente. Afinal, outra pesquisa apontou que, nas eleições de 2022, a porcentagem de mulheres deputadas na Câmara passou de 15% para 18%. Além disso, quatro Estados (Alagoas, Amazonas, Paraíba e Tocantins) não elegeram nenhuma mulher deputada federal.
Como candidata a vereadora de Betim, senti na pele que a luta pela desigualdade ainda possui um longo caminho a ser percorrido. Por mais apoio que tenha recebido do meu partido, o União Brasil, que incentiva diretamente a participação das mulheres na política de todo o país, percebi que ainda precisamos nos empenhar para mudar a estrutura e a consciência social. É preciso mostrar para todo o Brasil que possuímos garra e determinação pra buscar a efetivação dos direitos de todos por meio dessa representação.
Por isso, é importante, independentemente do seu posicionamento político, apoiar candidatas mulheres capazes de construir um futuro mais inclusivo e representativo para todos. A representatividade feminina na política não é apenas uma questão de igualdade, mas uma maneira de garantir que vozes e perspectivas diversas sejam ouvidas e levadas em consideração na criação de políticas públicas.