Empreender é, sem dúvida, uma jornada cheia de desafios e oportunidades, mas também pode ser uma fonte constante de estresse e ansiedade. Eu mesma já cheguei a trabalhar mais de 70 horas por semana e enfrentei problemas relacionados com a exaustão.
E não fui a única que passei por isso. Um estudo publicado pelo Sebrae no ano passado aponta que mais de 70% dos empreendedores sofrem com algum tipo de desordem de saúde mental. Já durante a pandemia, 30% dos empreendedores brasileiros buscaram apoio psicológico por causa da Síndrome de Burnout, conforme mostra outro estudo realizado pela Troposlab em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais, e publicado pela revista Exame, em 2021.
O Burnout é um esgotamento total, causado por pressão e atividades sob alta carga. As pessoas chegam ao ponto de se sentirem esgotadas, vazias e incapazes de continuar. Para piorar, não melhora com descanso. Ele se arrasta no médio e longo prazo.
Além da pressão do negócio, nós, mulheres, acumulamos funções domésticas e familiares. Em meio a uma jornada praticamente tripla, deixamos nossa saúde mental para o fim da lista de prioridades. Mas isso tem um preço — e acredite em mim: não é nada barato.
E qual seria a solução? Dizendo por experiência, o problema da sobrecarga empreendedora é muito mais profunda do que parece, visto que ela decorre da incapacidade de delegar funções. Só que isso envolve, primeiramente, a falta de instrução na hora de abrir uma empresa e, depois, a dificuldade de contratação no Brasil.
Precisamos de iniciativas que simplifiquem o processo de contratação e ofereçam incentivos para a criação de empregos, além de programas de capacitação que ajudem empreendedores a aprenderem como delegar e gerenciar equipes de maneira eficiente.
Quanto a você, empreendedora e empreendedor, busque ajuda quando precisar.