OPINIÃO

Que venha mais um ano

Num cartão que aceita uma mensagem de poucas linhas, desejo acima de tudo a alegria de viver

Por Vittorio Medioli

Publicado em 29 de dezembro de 2024 | 11:52

 
 
Celebração do Ano-Novo Celebração do Ano-Novo Foto: Freepik/Reprodução
Vittorio Medioli
Colunista de Opinião
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Vittorio Medioli Vittorio Medioli
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Se tivesse que usar apenas duas palavras para expressar os meus votos de Ano-Novo ao mundo inteiro e, em especial, aos meus leitores, usaria “saúde” e “paz”. O resto é sobra. Se pensarmos bem, não há como aspirar à prosperidade e à felicidade – metas de qualquer um – perturbados pelas doenças e enfrentando conflitos de toda ordem.

Num cartão que aceita uma mensagem de poucas linhas, desejo acima de tudo a alegria de viver, de se levantar de manhã e de se sentir bem no mormaço de uma praia, na seiva de uma mata, nas brumas da estação de chuvas, nas neblinas do inverno, no sol triunfante do verão. E com cheiro de manacás ao abrir a janela.

Desejo manhãs que comecem com o sabor de manga, com o gosto de maracujá, com pão quente e macio e chá de capim-santo colhido na horta.

Desejo, ainda, noites com grilos cantando, saturadas do perfume da dama-da-noite e de grama cortada, sonhos esplêndidos ao som de uma chuva fina.

Gostaria que cada um tivesse sempre alguém que se preocupasse com ele quando baixa uma gripe, uma dor de estômago ou, simplesmente, quando a cara se fecha pela preocupação.

Desejo colchão e travesseiro limpos e macios, noites descansando na cama de casa mais do que na de hotéis. 

Para completar a felicidade, cachorros brincando, lambendo, correndo e pulando. Latindo de alegria ao vê-lo retornar do trabalho.

Mais do que luxo, desejo aos meus leitores e leitoras o conforto, o aconchego. Espero que se decidam a escolher um sapato confortável em vez do mais sofisticado.

Que não se importem muito com o julgamento e as críticas dos outros e que prefiram atender a voz da própria consciência, mesmo quando incompreendida.

Desejo o fim do sufoco, das atribulações, do estresse para quem corre atrás de um emprego. Espero que a placa de “não há vagas” dependurada na porta seja substituída pela de “procura-se”.

Faço votos de que os políticos deixem de pensar apenas em função dos projetos pessoais, do poder a qualquer preço, e passem a agir, em primeiro lugar, em favor de quem acreditou neles e obrem para diminuir o sofrimento, mesmo dos adversários.

Que todos possam dedicar um tempinho para ajudar um jovem, um idoso, um desesperado, porque com isso o mundo fica melhor.

Desejo solidariedade, compreensão e, sobretudo, amor, que é o melhor meio de evolução e que consegue até milagres.

A vida pode ser uma obra de arte. Seja calmo e ame-se.

Enfim, feliz 2025 e um forte abraço.