OPINIÃO

A lenda do deserto

Mergulhe na fanstática narrativa que tenta explicar a profunda transformação do deserto Saara

Por Vittorio Medioli

Publicado em 30 de junho de 2024 | 15:14

 
 
Deserto do Saara Deserto do Saara Foto: Pixabay
Vittorio Medioli
Colunista de Opinião
Colunista de Opinião
Vittorio Medioli Vittorio Medioli
aspas

Uma antiga lenda que sobrevive em parte da Ásia tenta explicar a profunda transformação do atual deserto do Saara, do próspero e fecundo continente à árida e desértica realidade atual.  

A narrativa que recebi é rica em detalhes que aqui não cabem. Resumida, ela chega a se assemelhar ao descrito em livros sagrados do hinduísmo, que relatam a presença de seres de outras esferas excelsas, junto à humanidade, para apressar e direcionar a evolução da raça. Assim como aquela região da Terra teve por longos séculos. 

Os antigos povos da região não conseguiriam merecer uma “consciência” e o “livre-arbítrio” não fossem as ajudas e os ensinamentos recebidos externamente. Eras e milênios – diz a lenda – se passaram, marcados pela presença de seres excelsos, governantes e reis de origem divina, ou extraterrestre, para conduzir adiante a humanidade involuída. Também para enriquecer a genética que adiantasse as raças em suas capacidades superiores. 

De fato, encontramos nas mais remotas tradições figuras de governantes com poderes divinos, como os primeiros sete reis de Roma e os de outras dinastias com parentesco com deuses mitológicos. Eles eram instados ao comando supremo da população, por capacidade e virtudes imensamente superiores, passando a cuidar, como verdadeiros pais, dos seres humanos a eles submetidos. 

Os deuses mitológicos gregos são descritos nos poemas de Homero como interventores, protetores e dirigentes, criando filhos para dar partida a novas dinastias e ciclos evolutivos. 

Nosso minúsculo planeta, cuja idade remonta a 5 bilhões de anos, até hoje mereceu uma história oficial, ensinada nas escolas, de apenas 7.000 anos. A que serviram os 4 bilhões, 999 milhões e 993 mil anos anteriores? Isso não é explicado. 

É preciso reconhecer que se trata de um período que desnorteia nossa compreensão. A teoria evolutiva de Darwin, que foi retirada do ensino oficial de vários Estados americanos, embrulha fenômenos gigantescos em uma hipotética tese, nunca comprovada. Onde estaria o elo entre o macaco e o homem? Contudo, como um placebo, preenche as tendências materialistas sem ser científica ou comprovada.  

Voltando ao maior deserto do planeta, o Saara, a lenda dá crédito a uma dinastia de sábios iluminados que conduziam, com proteção extraterrestre, os destinos da nação daquela imensa região, entre o Himalaia e oceano Atlântico, cerca de 15 mil anos atrás. Os sábios governantes, emprestados de outras regiões cósmicas, acabaram por voltar ao planeta de origem devido à rebeldia insensata da população, fascinada pelo “pecado”.  

Nesse momento, segundo a lenda, um ser superior a qualquer outro conhecido na terra desembarcou no palácio dos regentes e fez uma grande reunião. Explicou a Lei do UNO – essencialmente Amor: “Tudo que é belo e perfeito é natural e de acordo com as leis do amor. Qualquer coisa fora disso é subnatural. A degeneração desse princípio leva ao caos, que é uma forma de destruição e recomposição”. A população que perdeu a noção do deus que possui em seu interior e se rebaixou às intrigas deve percorrer esse longo e sofrido caminho para reencontrar suas reais regras, passando por disputas inúteis, inimizades incensadas, fortes sofrimentos e desagregação da malignidade... 

Dessa forma, o ser superior recolheu a família real, que já não tinha razão de ficar, e a levou para outro planeta. Novos governantes, à medida dos deméritos, surgiram entre lutas e guerras, até que a região se degradasse, em dois milênios, no deserto atual. 

“Sarâ”, em sânscrito, é “local de muitas águas”. Ficou, assim, só o nome de uma imensidão de líquidos e fertilidade que deixou de ser abundância de um povo, afastado das leis harmônicas que levam à perfeição e ao amor. 

Se considerarmos o atual momento de mudanças climáticas do planeta em relação à lenda do Saara, passa-se a ter uma sensação apocalíptica, mas também um ensinamento para tentar mudar o rumo do declínio. Haja AMOR!