OPINIÃO

Os milímetros na história

O que era para matar e tirar da história um candidato não foi permitido, e de troco, com apenas uma pontinha de orelha perdida, gerou-se uma vantagem eleitoral

Por Vittorio Medioli

Publicado em 21 de julho de 2024 | 10:35

 
 
US former President and 2024 Republican presidential candidate Donald Trump, a bandage on his ear after he was injured during an assassination attempt, speaks onstage during the last day of the 2024 Republican National Convention at the Fiserv Forum in Milwaukee, Wisconsin, on July 18, 2024. Donald Trump will get a hero's welcome Thursday as he accepts the Republican Party's nomination to run for US president in a speech capping a convention dominated by the recent attempt on his life. (Photo by Brendan SMIALOWSKI / AFP) US former President and 2024 Republican presidential candidate Donald Trump, a bandage on his ear after he was injured during an assassination attempt, speaks onstage during the last day of the 2024 Republican National Convention at the Fiserv Forum in Milwaukee, Wisconsin, on July 18, 2024. Donald Trump will get a hero's welcome Thursday as he accepts the Republican Party's nomination to run for US president in a speech capping a convention dominated by the recent attempt on his life. (Photo by Brendan SMIALOWSKI / AFP) Foto: AFP or licensors
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Colunista de Opinião
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No atentado a Donald Trump, se encontram algumas situações perturbadoras e que nos obrigam a várias reflexões.

Eu sou um adepto das teorias místicas dos Vedas e de outras “sagradas” orientais, ainda de enunciados bíblicos e de filósofos sábios. Não existe o “acaso”; tudo, apesar de ser misteriosamente velado, segue uma lógica construída no passado e voltada a determinar o futuro. Percebe-se que, num universo em expansão, existe um mecanismo perfeito que mantém trilhões de astros em seus lugares movendo-se harmonicamente. Na mitologia grega, retratam-se os deuses do Olimpo descendo no meio dos feitos humanos. As religiões atribuem a “Deus”, ilimitado e infalível, o controle da humanidade. Verdade que deu o livre-arbítrio e a responsabilidade de determinar o curso, mas não a livrou da lei universal e de suas consequências.

O profeta Daniel explicou que Deus entregou dotes especiais ao rei-governante Nabucodonosor “a fim de que conheçam os viventes que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer, e até o mais humilde dos homens” (Daniel 4:17). No tiro contra Trump, teve participação divina? 

A dinâmica do atentado tem características milimétricas e cirúrgicas. O que era para matar e tirar da história um candidato não foi permitido, e de troco, com apenas uma pontinha de orelha perdida, gerou-se uma vantagem eleitoral para a vítima retornar ao comando da maior potência mundial.

Trump assumiu a figura de “mártir” com que nunca sonhou, mesmo que muitos tentassem interpretar o acontecimento como uma farsa. Impossível, hoje, dar essa conotação: o atirador queria matar Trump com um fuzil de calibre de extrema letalidade e de uma distância da qual acertar um alvo humano e abatê-lo com um fuzil de calibre de 5,56 mm é considerado fácil. 

Mesmo transpassando o tórax, o estrago seria fatal.

No vídeo do atentado, nota-se Trump se agachar quando é alvejado na orelha, e as imagens registram uma pequena nuvem, quase um sopro, de matéria orgânica removida pela bala no momento que raspa a orelha dele.

O atirador, posicionado no telhado de um galpão a cerca de 120 m de distância, na lateral direita do palanque de Trump – fora do círculo de proteção do candidato –, escolheu atirar exatamente quando o ex-presidente, ao discursar, se encontrava persistente em posição frontal ao atirador – olhando em direção a ele.

Isso diminuiu para o atirador o tamanho do alvo, pois a largura frontal do crânio é cerca de dois terços (100/110 mm) menor que a profundidade lateral craniana de um homem (150/160 cm). Ainda considerando o tórax (300 mm), a diferença chega a ser três vezes maior. Disso se deduz que, se o alvo tivesse sido o meio da lateral da cabeça (maior), mesmo com o desvio (60 mm), teria atingido uma área letal de Trump. Ele estaria morto e os Estados Unidos da América já teriam excluído a hipótese de ele retornar à Presidência.

A escolha do atirador em relação ao alvo foi a mais difícil, a que apresentava mais risco de insucesso, apenas 60 mm. Esses milímetros resultaram no fracasso do seu atentado. Tivesse ele escolhido exatamente a ponta da orelha em posição lateral, ou o meio do peito, Trump não sairia com as próprias pernas do palanque.

Provavelmente um sentimento malresolvido (ódio) tomou o frio atirador quando decidiu acertar Trump entre os olhos, a 120 m de distância, e não na lateral mais ampla. O direcionamento do fuzil, por um erro de milésimos de milímetros, determinou um rumo oposto ao que ele desejava.

Nota-se ainda que acertou a presumível coordenada vertical (altura do meio dos olhos) e falhou apenas 60 mm na horizontal.   
Segundo o sábio que consultei, o desvio para a ponta da orelha e o esguicho de sangue têm um nítido significado de ensinamento e lição divina. Trump tinha que viver.

A lei do retorno, nesse caso, imediato. 

O tiro não matou o que se pretendia, mas aumentou as possibilidades de vitória de Trump nas eleições e ainda provocou a morte quase instantânea do atirador. Milésimos de milésimos de segundos e de espaço transformando morte em vida e vida em morte.

Na realidade, a história pode ser escrita por sutis detalhes, em que o homem é feito de boneco com um consentimento Superior. Aqui no Brasil, temos o recente caso de Jair Bolsonaro em Juiz de Fora.

É isso que se nota e no que, pessoalmente, acredito.