Vittorio Medioli

Vittorio Medioli

Empresário e político de origem italiana e naturalizado brasileiro, Vittorio Medioli está em seu segundo mandato como Prefeito de Betim. É presidente do Grupo SADA, conglomerado que possui mais de 30 empresas que atuam em diversos segmentos da economia, como logística, indústria, comércio, geração de energia e biocombustíveis, além de silvicultura, esporte e terceiro setor. Estudou Direito e Filosofia pela Universidade de Milão. Em sua coluna aborda temas diversos como economia, política, meio ambiente, filosofia e assuntos gerais.

O TEMPO

Apenas loucura?

Temos ao mesmo tempo e nas mesmas situações centenas de cidades sacudidas, milhões de famílias atingidas por anúncios de terror

Por Vittorio Medioli
Publicado em 09 de abril de 2023 | 03:00
 
 

Aparentemente, não há explicação ou lógica que justifique atos de barbárie, entretanto eles estão entre nós, à espreita da primeira brecha para saírem das profundezas e se mostrarem com toda sua crueldade. São inexplicáveis, assustadores, revoltantes, diabólicos, entre outros adjetivos retirados da incredulidade de seres humanos aterrorizados, que temem ser atingidos a qualquer momento no que possuem de melhor e mais amado: filhos em tenra idade, filhos ainda em estado angelical, sem pecado ou mancha.

Nos últimos dias, o massacre de Blumenau era anunciado, por coincidência ou por alguma estratégia de amplo alcance, em centenas de escolas do Brasil. Os anúncios que estão disponíveis na internet ocorreram no final de março e nos primeiros quatro dias de abril, à véspera do massacre de Blumenau, ocorrido no dia 5 deste mês, quarta-feira da Semana Santa.

Notícias que reportam e anunciam “massacres” se deram em banheiros de escolas municipais e estaduais.

Jornais locais descrevem acontecimentos em Itapiranga, Maués e Manaus, no Amazonas; em Novo Progresso, no Pará; na cidade de Serra, do Espírito Santo; em Volta Redonda, no Rio de Janeiro; em Anápolis, Goiás; em Cabreúva, em São Paulo; e em Contagem, Belo Horizonte, Sabará e Betim, no nosso Estado. Apenas em Minas, no mês de março, 75 boletins de ocorrências foram registrados em 32 cidades, conforme apuração da RecordTV. Pode-se considerar que, como ocorreu em Betim, em duas escolas – sem registro na imprensa, por alguma razão –, isso ocorreu também em outros municípios.

Não se trata de fatos isolados ou coisa de um lobo solitário que, enlouquecendo, pegou um machado e matou quatro indefesas crianças em Blumenau. Existe uma lógica perversa, talvez conspiratória, nunca vista anteriormente. Atinge com relevância não apenas as escolas, mas a sociedade, que se encontra à mercê de um ataque inusitado e de largo alcance, articulado em todo o território nacional.

Quem pode chegar a ter ao mesmo tempo a coordenação disso? Se for uma organização, deve ter lastro em todo o território nacional.

Temos ao mesmo tempo e nas mesmas situações centenas de cidades sacudidas, milhões de famílias atingidas por anúncios de terror. Quase sempre pichados dentro de banheiros de escolas, locais não controlados por câmeras. 

Nota-se que o padrão gráfico revelado nas ocorrências disponíveis na internet possuem intrigante similaridade de grafia.

Quem pode estar interessado em espargir o pânico e o terror em todo o Brasil?

Se existe uma lógica, precisaria ser apurada, e cada caso, passado ao crivo de investigações sérias e profundas nos níveis estaduais e federais. Esse absurdo interessa a alguém?

Casos como esse podem sacudir os alicerces da sociedade e pautá-la nesta prioridade de defesa, inacreditável até pouco tempo atrás. Sem dúvida, já colocou outros imensos problemas de ordem educacional (baixa qualidade), social e econômica em segunda linha e impulsiona famílias a pedirem medidas excepcionais que subvertem costumes e aspectos consolidados.

O Congresso Nacional e os parlamentares recém-empossados devem prestar atenção a isso. As crianças e o país estão em risco.

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