Medida

Famílias são retiradas de bairros de Betim por causa do risco de inundação

Ação foi feita em cumprimento a uma decisão judicial e tem objetivo de garantir a segurança dos moradores. Reservatório de Vargem das Flores atingiu 97% nesta segunda (15)

Publicado em 15 de fevereiro de 2021 | 19:37

 
 

Cinquenta e oito famílias dos bairros Nossa Senhora de Fátima e Vila das Flores, em Betim, na região metropolitana, foram retiradas por causa do risco de inundação. Elas moram no entorno da represa de Vargem das Flores (conhecida popularmente como Várzea das Flores), e a ação foi necessária para garantir a segurança dos moradores. Isso porque o reservatório está com 97% de capacidade, nesta segunda (15), e corre o risco de verter com a previsão de mais chuvas. 

Caso aconteceça o vertimento, o temor das autoridades municipais é de haver um despejo do volume excedente de água sem controle pelo vertedouro da represa para a calha do rio Betim, o que poderia causar inundação dos imóveis que ficam abaixo do reservatório. Essa mesma ação já foi feita no ano passado após a Justiça atender a um pedido do município para que a Copasa se responsabilizasse pela retirada e amparo das famílias afetadas. 

De acordo com a prefeitura, a ação de retirada das famílias, que teve início na última sexta (12), foi precisa e surtiu o efeito desejado. "No ano passado, teve uma decisão judicial que determinou a retirada de famílias do local por causa do risco de inundação. Este ano, essa decisão foi ratificada pelo juiz. Como algumas famílias tinham retornado para o local, foi necessário fazer a retirada para garantir a segurança delas. O município realizou uma ação pacífica e controlada, baseada na parlamentação. Inclusive, muitas famílias já recebiam o aluguel social e retornaram aos imóveis, mas foram retiradas novamente nessa última ação", explicou o secretário adjunto de Segurança Pública de Betim, coronel Júlio Cézar Rachel de Paula. 

A grande maioria das famílias já está amparada por aluguel social pago pela Copasa, conforme determinou a Justiça, e algumas estão em casa de parentes. Apenas uma será encaminhada para um albergue municipal por não ter onde ficar. Entretando, de acordo com Júlio Cézar, essa família tinha invadido um imóvel de outro morador que já tinha sido retirado do local. "Essa casa estava sem moradores porque eles já tinham saído e estão no aluguel social. Porém, essa outra família entrou no imóvel que não lhe pertence. Ela será conduzida a um albergue", explicou.  

Segundo o secretário, o local terá patrulhamento constante. "Serão montados bloqueios em algumas vias para evitar a entrada de veículos, além de agentes da Guarda Municipal fazerem o patrulhamento constante para garantir a segurança dos imóveis. A área está segura, e todas as medidas estão sendo tomadas para que não aconteçam invasões", declarou. 

Na semana passada, a prefeitura acionou a Justiça, por meio de uma petição judicial, para buscar garantir que a Copasa cumpra com o que já foi solitado em duas notificações encaminhadas pelo município à empresa, que era de adotar medidas para evitar um extravasamento de água da represa sem controle pelo vertedouro.

Resposta

A Copasa declarou em nota que o reservatório de Vargem das Flores é dotado de vertedouro, que possui dimensões tecnicamente adequadas para evitar o transbordamento da represa. "Dentro dos mais rígidos padrões de segurança, a empresa mantém o controle do nível do reservatório, cuja principal função é acumular água, principalmente no período chuvoso, para utilização em períodos de estiagem e assim garantir abastecimento durante todo o ano" e que "não há indicativo para apreensão com relação à segurança do reservatório ou risco de danos de nenhuma espécie". 

A empresa também disse que realiza ações técnicas através de manobras operacionais e bombeamento para controle da vazão afluente do reservatório para calha do Ribeirão Betim, vem mantendo a máxima produção de água tratada e que "não há vertimento descontrolado, porque ele, o vertimento da água é natural, e o volume de 100% da capacidade do reservatório é seguro".

Sobre a ajuda aos moradores, a companha declarou que cumpre, rigorosamente, todas as decisões judiciais e que, desde de janeiro de 2020, atendeu integralmente as determinações da Justiça e presta apoio aos moradores que, naquela época, residiam no local. "Eles foram identificados pela Defesa Civil e cadastrados pela Copasa, que acompanha a situação regularmente". A empresa ainda disse que "não possui legitimidade e competência para fiscalizar, prevenir, impedir, reprimir e remover pessoas situadas em áreas irregulares, especialmente de preservação ambiental". 

(atualizada às 20h20)