Combate à Covid

Mais de 3.100 pacientes já foram atendidos nos Cecovids em Betim

Tempo médio de permanência de pacientes com Covid em leito de UTI é de 18 dias. Custeio diário desses leitos é de mais de R$ 2.000

Publicado em 19 de março de 2021 | 18:05

 
 

Em um ano de pandemia do novo coronavírus, 3.103 pacientes foram atendidos em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, nas duas unidades criadas exclusivamente pela Prefeitura Municipal para tratar casos da doença na cidade: o Centro de Cuidados para Covid-19 , que é o Hospital de Campanha (Cecovid 2), e o Centro de Cuidados Intensivos (Cecovid 4). O balanço foi divulgado pelo município nesta sexta-feira (19). 

Os Cecovids atendem moradores de Betim e de outros 12 municípios da microrregião de saúde, composta por cerca de 800 mil habitantes, além de outras cidades que compõem a macrorregião de saúde. Segundo a prefeitura, o Cecovid 2 tem uma capacidade instalada de 115 leitos clínicos e 5 leitos de UTI e atendeu, de abril de 2020 a 9 de março deste ano, 1.388 pacientes em leitos clínicos. 

Já o Cecovid 4, que tem capacidade instalada de até 170 leitos de UTI e é destinado a atender casos graves da doença, prestou atendimento, no mesmo período, a 1.715 pacientes em leitos de terapia intensiva.

Ainda de acordo com a prefeitura, de março do ano passado a fevereiro deste ano, o município repassou à instituição que gerencia as duas unidades – o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Social (IBDS) - o valor de R$ 58,112 milhões. “Esse valor é  referente a todas as despesas de número de leitos e atendimento assistencial flutuante ao longo da pandemia, conforme demanda de internação”, informou o município.

Segundo o secretário adjunto de Gestão da Saúde de Betim, Augusto Viana, o atendimento flutuante se deve à demanda por atendimentos e ao andamento dos casos. "Há períodos em que a pressão por atendimentos foi menor, e há outros em que a demanda foi muito maior, como está acontecendo agora. Então, essa flutuação é conforme a demanda", explicou.

Outro dado importante é sobre a internação dos pacientes com Covid, que demandam mais tempo. Em Betim, em média, segundo a prefeitura, a permanência em leito de UTI é de 18 dias. Cada um desses leitos custa mais de R$ 2.000 por dia, sendo que o SUS financia apenas R$ 1.600.

"A Covid acomete e debilita ao ponto de a pessoa que precisa da terapia intensiva necessitar de mais dias de tratamento e internação. Além disso, o preço dos insumos e equipamentos utilizados é baseado no dólar, que aumentou muito nos últimos meses, fora o preço normal dos medicamentos, insumos, que também subiu por causa da alta demanda em todo o país. E um leito necessita de uma complexa estrutura, além dos profissionais", destacou Viana. 

Ainda segundo o secretário, durante o valor do contrato, Betim manteve os dois hospitais abertos, e o custo médio mensal foi de R$ 4,8 milhões.  

Credenciamento de leitos 
Nesse momento crítico da pandemia em todo o país, a Prefeitura de Betim também anunciou, nesta semana, a criação de mais 25 leitos, sendo dez de UTI e outros 15 clínicos. 

Na semana passada, outros 25 foram abertos. Com isso, a previsão é chegar a 90 leitos ativos de UTI, no Cecovid 4, além de 75 clínicos de enfermaria no Cecovid 2 – Hospital de Campanha, que também têm cinco vagas de terapia intensiva.

Além de abrir essas novas vagas para tratamento de pacientes com Covid em Betim e nas outras 12 cidades da microrregião de saúde, a prefeitura vai cobrar do governo federal o custeio desses leitos. Para isso, o município ingressou com uma ação contra a União no Supremo Tribunal Federal (STF). 

No processo, a prefeitura relata que, dos cem leitos criados no município exclusivamente para tratar pacientes com Covid, 30 deles foram descredenciados pelos governos federal e estadual neste ano. Com isso, o município está tendo que arcar sozinho com todo o custeio para manutenção desses novos leitos, sem contrapartida da União. 

“Entramos com a ação no STF para garantir o credenciamento desses leitos que estão sendo criados para atender os betinenses e os munícipes da microrregião, leitos estes que foram descredenciados no início do ano e que, apesar das insistentes solicitações, não foram credenciados novamente. O município não tem condição financeira de arcar com esses leitos, com custo diário de mais de R$ 2.000”, afirmou o procurador geral de Betim, Bruno Cypriano. 

O gestor ainda destacou que o município solicita o ressarcimento do gasto com esses leitos e que sejam credenciados também os leitos de enfermaria no Hospital de Campanha, que foram custeados pelo município desde a criação da unidade pelo município, embora sejam do SUS.