Betim

Polícia conclui investigação de homicídio no Icaivera

Homem foi morto com sete tiros à queima roupa depois de furtar um celular; vítima chamou dois traficantes em vez de acionar a polícia

Publicado em 13 de setembro de 2022 | 12:36

 
 

O assassinato de um pedreiro de 27 anos no bairro Icaivera, em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, em abril deste ano, foi esclarecido pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG). A investigação do caso foi concluída na segunda-feira (12) e apresentada em coletiva de imprensa nesta terça (13).

De acordo com o delegado Otávio Luiz de Carvalho, responsável pelo inquérito, a vítima, Felipe Oliveira da Silva, era usuária de drogas e conhecida por praticar pequenos furtos. O homem já teria inclusive sido alertado por traficantes da região a parar de cometer esses crimes.

No dia 9 de abril, durante uma confraternização na casa do irmão, Felipe furtou o celular de um dos convidados, que, em vez de acionar a polícia, avisou dois traficantes. A dupla, de 18 e 23 anos, então, abordou o suspeito na rua, por volta das 22h. O mais jovem desferiu várias coronhadas e atirou sete vezes à queima roupa contra a vítima. Um dos disparos acertou o braço de Felipe em uma tentativa de defesa, os outros seis atingiram a cabeça dele.

De acordo com o delegado, uma testemunha chegou a abrir o portão de casa ao ouvir gritos na rua, mas foi ameaçada pelo homem mais velho. Os dois autores estão presos: o de 23 anos, no Centro de Remanejamento Provisório (Ceresp) Betim, e o de 18, no Ceresp Gameleira. Já o homem que teve o celular furtado responde em liberdade por não possuir antecedentes criminais e ter um envolvimento de menor gravidade.

“O rapaz que procurou os traficantes também foi indiciado por homicídio duplamente qualificado [motivo torpe e sem chance de defesa da vítima]. Agora, o Ministério Público vai analisar se também vai ser oferecida denúncia contra ele. Para a polícia, ele participou, instigou e, por isso, foi indiciado também”, afirmou Carvalho.

Ainda segundo o delegado, ambos os presos têm passagens pela polícia por crimes relacionados ao tráfico de drogas. “O rapaz de 18 anos é de extrema periculosidade: já foi indiciado por um homicídio em Contagem e outro em Belo Horizonte, e é suspeito de outros homicídios em Contagem e Betim”, completou o titular da delegacia de homicídios da cidade.

Já Felipe, apesar do histórico de furtos, não tinha ficha criminal.