Polícia Civil

Homem é indiciado por falsa comunicação de crime de homofobia em Betim

Suspeito forjou mensagens falsas recebidas no próprio WhastApp com supostos ataques e ofensas contra ele e o marido, que teriam sido feitos por vizinhas

Publicado em 20 de setembro de 2022 | 16:58

 
 

Um homem de 43 anos foi indiciado pela Polícia Civil de Minas Gerais por falsa comunicação de crime de homofobia em um condomínio de luxo em Betim, na região metropolitana. O suspeito, que é bacharel em direito e ex-servidor público na cidade, forjou mensagens recebidas no próprio WhastApp com ataques e ofensas contra ele e o marido, de 37 anos, supostamente feitas por vizinhas. 

De acordo com a responsável pela Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam) de Betim, Ariadne Coelho, a denúncia falsa foi realizada pelo casal homoafetivo em junho deste ano, quando as investigações foram iniciadas. "As mensagens mostradas por eles tinham, inclusive, um teor de intimidação para que eles se retirassem do condomínio onde moram por causa da orientação sexual deles. Eles demonstraram, a princípio, muito medo, o que teria justificado até a construção, por parte deles, de uma entrada separada no condomínio e a instalação de câmeras de segurança. Na época, apontaram três vizinhas como possíveis autoras das ameaças", detalha a delegada. 

Durante as investigações, os policiais descobriram que as mensagens apresentadas teriam partido de chips de terceiros, que nada tinham a ver com o caso, e de um aparelho celular que já pertenceu a uma das supostas vítimas. "Com isso, o casal homoafetivo foi novamente chamado para interrogatório. O homem de 43 anos acabou confessando que teve a ideia de comprar os chips e enviar as mensagens para se vingar das vizinhas, com quem ele alega ter certa animosidade e para justificar a obra da entrada separada no condomínio. Já o marido do homem, nós apuramos, não sabia da ação falsa", explica Ariadne.  

O inquérito sobre o caso foi concluído na última sexta-feira (16) e encaminhado para o Ministério Público de Minas Gerais. O homem de 43 anos foi indiciado por denunciação caluniosa, falsidade ideológica e falsa identidade, já que o suspeito se identificava no condomínio onde morava como advogado e policial, o que seria inverídico. Caso seja condenado, o suspeito pode ser preso por, no mínimo, quatro anos.