Denúncia

PCMG investiga fotógrafo suspeito de aliciar crianças em Betim

Segundo a corporação, até o momento, contudo, não houve conduzidos sobre o caso

Por Da Redação
Publicado em 13 de novembro de 2023 | 19:04
 
 
Profissional tinha um estúdio fotográfico no bairro Guanabara, em Betim, na região metropolitana de BH

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), por meio da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher de Betim, instaurou um inquérito policial para a apurar denúncias de supostos casos de assédio sexual de um fotógrafo em Betim, na região metropolitana de BH, contra crianças e adolescentes. Segundo a corporação, até o momento, contudo, não houve conduzidos sobre o caso.

Mãe de uma menina de 10 anos, que teria sido uma das vítimas do fotógrafo, a dona de casa Queila Xavier, de 34 anos, contou que fez um boletim de ocorrência contra o homem. Ela disse que, no dia 4 de outubro deste ano, a filha foi acompanhar os tios e a prima, uma criança de 3 anos, em um ensaio fotográfico deles, no estúdio fotográfico do profissional, no bairro Guanabara, e que lá a filha dela teria sido assediada pelo fotógrafo.  

Segundo a mãe, enquanto aproveitava a distração dos adultos, o fotógrafo teria passado a mão na coxa da garota, lambido a orelha dela e pedido que criança de 10 anos falasse que "ela era dele".

"Quando minha filha chegou no estúdio, ele já a abraçou, falou que ela era muito linda e disse que ela devia ser modelo. Em um dos momentos que eles estavam lá, o fotógrafo aproveitou que minha cunhada foi trocar de roupa para fazer as fotos e que meu irmão estava cuidando da filha dele de 3 anos, e chamou minha filha para ela trocar de roupa em um quarto. Lá, ele acabou obrigando minha filha a se despir na frente dele e pediu várias vezes que ela falasse que 'era dele'. Em outro momento de distração do meu irmão e da minha cunhada, ele passou a mão na coxa da minha filha e chegou a lamber a orelha dela", relatou Queila.

A mãe salienta que a filha foi embora do estúdio fotográfico apavorada e, que somente depois de ser pressionada pelos tios a dizer o que havia acontecido, ela revelou que teria sofrido assédio sexual no estúdio.

"O fotógrafo agiu muito rápido. Aproveitou os momentos de distração da minha cunhada e do meu irmão para assediar a minha filha. Ela só conseguiu contar tudo o que sofreu quando eles chegaram em uma sorveteria. Chorou demais lá. Assim que soube o que aconteceu, fui na Polícia Militar fazer o boletim de ocorrência", contou Queila. 

Os supostos casos de assédio sexual vieram à tona depois que a sogra de Queila denunciou o suposto crime sofrido pela neta nas redes sociais. Depois disso, a mãe da menina de 10 anos disse que várias meninas enviaram mensagens para a sogra afirmando também terem sido vítimas do fotógrafo.

"Ele prometia ensaios de graça para elas se tornarem modelo e aliciava as meninas. Há relatos dele ter tirado fotos bem próximo das partes intimas de crianças e de até ter colocado a mão na blusa de uma delas. Queremos que ele pague pelo o que fez", dispara Queila.

Mãe de uma menina de 9 anos, uma auxiliar indutrial de 27 anos, que pediu para não ser identificada, contou que fotógrafo foi contratado para fazer imagens do aniversário da filha, em 3 de setembro deste ano, e que, durante a comemoração, ele teria abusado sexualmente da criança.

"Depois que um dos casos de abuso repercutiu nas redes sociais, minha filha soube e acabou me contando que, na festa, ele passou a mão na vagina dela, por cima do biquíni dela. Fiquei revoltada, fui na delegacia e fiz um boletim de ocorrência. Quero justiça e espero ele sofra, porque nenhuma criança merece passar por isso", disparou a mãe da menina.  

Posicionamento

Defensor do fotógrafo, o advogado Luiz Henrique Fraga declarou, por meio de nota, que seu cliente somente tomou conhecimento da abertura do inquérito policial nesta segunda-feira (13) e afirmou que a apuração ainda está em fase preliminar. O advogado, na nota, ressaltou ainda que o fotógrafo presta serviço há anos em Betim e região e que "nunca teve em seu desfavor nenhum boletim de ocorrência, inquérito policial e muito menos processo criminal". 

O advogado salientou ainda na nota que seguirá acompanhando o andamento das investigações sobre as supostas acusações e elas mostrarão, no fim do inquérito policial, o devido esclarecimento dos fatos.

"Reforçamos nossa crença na presunção de inocência do nosso cliente e tralharemos para assegurar a justiça e constestar possíveis alegações injustas. Todavia, faz se necessário destacar que toda e qualquer acusação a respeito desses fatos deve ser devidamente realizada e formalizada perante a autoridade policial (Polícia Militar ou Polícia Civil), as quais serão as únicas competentes para investigar e averiguar as supostas denúncias, uma vez que dada a natureza sigilosa do crime investigado, a defesa não poderá revelar mais detalhes a respeito do conteúdo das investigações", informou o defensor.

O advogado do fotógrafo esclareceu também na nota que, o profissional, desde o início, tem se colocado à disposição das autoridades e "se compromete em estar colaborando com as investigações no que for necessário".