Música

Chico Lobo faz um tributo à viola

Violeiro, compositor e cantador se apresenta neste domingo (16), na praça Milton Campos, no 1º Festival Caipira de Betim

Publicado em 15 de outubro de 2022 | 08:00

 
 

Betim recebe, neste fim de semana, o 1º Festival Caipira. O evento, realizado neste sábado (15) e neste domingo (16), na praça Milton Campos, terá Chico Lobo e Gabriel Sater como atrações principais.
Com entrada gratuita, a festa inicia-se às 12h nos dois dias e terá ainda na programação teatro infantil, espaço kids, disputa de viola, feiras de artesanato e gastronômica, além de shows de artistas de Betim.

O chef Edson Puiati vai comandar a Cozinha Show, com degustação gratuita para o público. A grande atração musical do primeiro dia é o ator e cantor Gabriel Sater. Já no domingo, quem encerra a noite em grande estilo é Chico Lobo, violeiro, compositor e um dos maiores artistas no processo de valorização e difusão da cultura caipira.

Confira a entrevista com Chico Lobo:

O senhor é um dos violeiros mais atuantes da cena musical brasileira. Qual a sua inspiração para compor?

O cotidiano do homem caipira, os sentimentos que a cultura de viola proporciona, como amizade, amor, fé, “cumpadricidade” e esperança, além da cultura popular tradicional brasileira e nosso rico folclore.

É verdade que o senhor tem uma mística com o número 13 e, por isso, a maioria dos seus discos é lançada nesse dia?

A viola traz nas suas cordas, no seu bojo, toda uma tradição de crenças e causos. A viola é mística e, assim, eu sou impregnado desses causos. Como usar o guizo da cascavel na viola pra melhorar o som; as fitas coloridas benzidas pela folia pra me proteger do mau-olhado e muito o número 13, como a quantidade de faixas de meus CDs. São elementos que enriquecem minha vida profissional de violeiro.

Como avalia a importância da cultura caipira no Brasil?

Ela é fundamental na construção da nossa sociedade, da nossa cultura. São valores que vêm desse Brasil profundo, desse Brasil caipira, e que são muito necessários nos grandes centros urbanos. Betim está de parabéns por esse festival, que mergulha na cultura de raiz, tão caipira.

O que os betinenses podem esperar do seu show?

Minha apresentação em Betim será uma celebração. Em 2022, faço 60 anos e completo 40 anos dedicados à viola. Vou fazer um apanhado das músicas que compus na minha carreira, tão extensa, mas também não faltarão clássicos caipiras, cantigas do cancioneiro brasileiro. Quero fazer um tributo à viola. E não faltarão causos e toques de viola. Estarei acompanhado de uma banda linda que tem percorrido o Brasil comigo: Ricardo Gomes (baixo e vocal), Marcelo Fonseca (violino), e Léo Pires (bateria).