Crianças e adolescentes de 6 a 14 anos de Betim, na região metropolitana, participaram, nos meses de maio, setembro e dezembro, de um torneio no Instituto Ramacrisna para estimular o aprendizado de 95 alunos do Assentamento Dois de Julho e de outros bairros da região de Vianópolis. A ação é uma das previstas no Projeto Xeque Mate, realizado pela entidade e com patrocínio da Vale via Lei de Incentivo ao Esporte.
O projeto tem como meta ensinar xadrez e robótica para crianças e jovens do município que estudam no Instituto Ramacrisna e que estão na comunidade do Assentamento Dois de Julho.
Em aulas semanais e gratuitas, os alunos aprendem as regras do esporte e, também, as técnicas de programação. “No caso do xadrez, por exemplo, o esporte estimula e incentiva o autocontrole, resolução de problemas, gestão do tempo, concentração e raciocínio lógico, além da criação de estratégias para propor soluções inovadoras, a iniciativa para a tomada de decisões e a persistência”, comenta o professor de xadrez do projeto, Bruno Jacomini.
Os aprendizados, que vão além do esporte, já estão fazendo diferença no dia a dia de Davi Moreira de Souza, aluno do 7º ano do ensino fundamental. “O xadrez me ajuda a observar com mais atenção, escutar mais o outro, ficar mais concentrado. E também, é legal vir para ver todo mundo junto”, comenta o adolescente de 13 anos.
Ao longo desse primeiro ano de atuação, os alunos já participaram de três torneios internos, em que os alunos competem entre si, e de outras três competições externas.
Em um campeonato externo, realizado em Pará de Minas, Matheus Henrique da Silva, aluno do 3º ano do ensino fundamental e morador de Betim, recebeu sua primeira premiação. “Eu aprendi a jogar neste ano. Eu era fraco, mas fui treinando e ficando bom. Já está chegando meu aniversário e vou ganhar um tabuleiro do meu pai”, conta o aluno de 8 anos, que começou a aprender sobre o esporte em maio deste ano, a partir do início do projeto.
O Xeque Mate terá 2 anos de duração e beneficiará, ao todo, mais de 400 alunos da região. Além de usar o esporte para ensinar competências socioemocionais, o projeto prevê a realização de 20 campeonatos e intercâmbios com outras instituições que ensinam o xadrez.
Já o projeto de robótica ensinará mais de 280 crianças e adolescentes habilidades de programação. As atividades são desenvolvidas no FabLab Ramacrisna, moderno laboratório de fabricação digital inaugurado em abril deste ano.
O espaço conta com impressoras 3D, óculos de realidade virtual e uma Router CNC Corte a Laser, além de tablets, computadores e kits Lego para a prática da robótica educacional.