Maria Isabel de Oliveira Brandão, 5, tinha uma rotina comum como a maioria das crianças da idade dela. Frequentava a escola todos os dias, se encontrava com amiguinhos em parquinhos para brincar, ia a festas de aniversário para se divertir, passeava nos fins de semana na casa de parentes. No entanto, em março do ano passado, quando foi decretada a pandemia no Brasil por causa da disseminação da Covid-19, a menina viu seu pequeno universo virar de cabeça pra baixo. Desde então, ela já não ia mais às aulas e teve que ficar em isolamento com os pais, diante da ameaça de um vírus mortal que, até então, pouco se sabia.
Ansiosa e triste por descobrir que um vírus altamente transmissível tirou dela – assim como de toda a população mundial – o direito de poder ter uma vida normal, a garotinha passou a externar seus sentimentos com desenhos singelos feitos em pedaços de papel. Percebendo a sensibilidade e a força de Maria Isabel para enfrentar a doença, a social media Yara Brandão e o engenheiro Jonathan Parreiras, pais da menina, decidiram colocar em prática a ideia de transformar os desabafos da menina no livro “Tenha Fé na Pandemia”, lançado em junho deste ano.
“Lembro como se fosse ontem. Ela me perguntando por que não poderia mais ir à escolinha, ver seus amiguinhos e brincar na rua com seu cachorrinho. Contei a ela sobre o coronavírus e expus a situação. Ela ficou muito triste, sobretudo porque não poderia, por questão de segurança, mais ir à casa dos bisavós, aos quais ela é muito apegada. Depois de um período do isolamento, percebemos que ela começou a desenhar no papel histórias sobre o coronavírus e passou a compartilhar em seus desenhos as experiências dela”, contou a mãe.
Segunda Yara, logo após o sogro dela, Sergio Brandão, saber dos desenhos, aconselhou que ela e o marido publicassem um livro com as impressões da neta. “Juntei todos os desenhos feitos por ela e comecei a anotar as coisas que dizia, as orações que fazia. Uma delas, que está no livro, é sobre o pedido que ela fez a Deus para acabar com o vírus e ajudar todas as famílias que estão sofrendo por causa dessa doença”, lembrou a mãe da garotinha, que, no ano passado, estava grávida e teve seu segundo filho, Antônio Manoel, hoje com 1 ano, durante a pandemia.
A repercussão do livro de Maria Isabel foi enorme e rendeu elogios de amigos, parentes e professores da escolinha onde a garotinha estuda. Agora, pouco mais de um mês depois de ela poder reencontrar os coleguinhas de classe, já que as aulas presenciais foram autorizadas pela Prefeitura de Betim, desde que as instituições de ensino cumpram todas as medidas de biossegurança contra a Covid-19, o desejo da menina é poder fazer com que o maior número possível de crianças tenha acesso ao seu livro.
“Quero que meus amiguinhos não sofram e não fiquem tristes. Precisamos ter fé. Tudo isso uma hora vai passar”, disse a menina. “Felizmente, nossa família não perdeu ninguém por causa dessa terrível doença, mas nos sensibilizamos com a dor dessas pessoas e queremos que as palavras sinceras da nossa filha possam tocar o coração de quem precisa de uma mensagem de esperança”, ressaltou Yara, mãe da menina.
Essa não foi a primeira vez que as histórias de Maria Isabel viraram obra literária. No ano passado, a menina lançou “Sítio do Vovô Maluco”, livro em que ela relata os momentos de alegria no sítio dos avôs paternos e, em especial, retrata uma gangorra “maluca” que existe lá.
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