Apaixonado por futebol desde bebê, o menino Yan Gabriel Rodrigues Santos, com 9 anos, é um dos mais novos selecionados para a categoria de base Sub-9 do Atlético. A conquista deixaria qualquer família muito feliz, mas a de Yan está em êxtase face a uma história de luta e preconceito enfrentados por causa do transtorno de espectro autista, diagnosticado no pequeno quando ele só tinha 2 anos e meio.
A boa notícia foi dada à família, que mora no Bom Retiro, em Betim, na região metropolitana, no dia 15, após Yan ter ficado quase um ano sob monitoramento do clube mineiro. “Desde pequeno, Yan tem o hiperfoco no futebol. Eu o colocava para assistir a um desenho, e ele não queria. Mas, se era algo de futebol, não tirava o olho.
Então, o médico dele, Hugo Werneck, indicou que procurássemos uma escolinha de futebol. Mas foi difícil encontrar as portas abertas. Diziam que não estavam preparados para receber uma criança especial, até que a São Cristóvão o recebeu, aos 3 anos”, conta a mãe, Gleicilane Rodrigues. Segundo ela, foi ótimo para o desenvolvimento de Yan: “Ele começou a interagir com outras crianças e foi crescendo no esporte. Daí, após jogos disputados entre São Cristóvão e Galácticos, o professor Amilton, da escola Galácticos, é quem indicou Yan para o Atlético”, frisa ela.
A trajetória de Yan no futebol está apenas começando, mas, diante das dificuldades vividas pela família, acostumada a ouvir “não”, a sensação já é de vitória: “A gente ouvir de muitos médicos que meu filho iria depender de mim para o resto da vida e chegar a esse ponto é uma vitória. Hoje, ele é exemplo para muitas crianças”, diz a mãe.
Yan dará início aos treinos profissionais no dia 1º de agosto, em Vespasiano. Seguirá estudando e tendo acompanhamento médico.