A greve dos transportadores de combustível e derivados de petróleo por causa do ICMS e o baixo preço do frete, iniciada nessa quinta (21), já causou impactos. Em Betim, vários postos já não tinham gasolina durante a tarde e à noite. Em alguns locais da região Central, grandes filas foram registradas por causa da corrida de motoristas em busca de combustível.
Outro impacto da paralisação foi no preço. O litro da gasolina comum era vendido por até R$ 6,69, e a aditivada, por R$ 6,79. O menor valor encontrado foi R$ 6,47. Antes da paralisação, o preço médio estava em R$ 6,38.
“Os caminhoneiros estão sofrendo com preço baixo do frete e aumento do diesel. O que eu não entendo é que é só anunciarem a paralisação que os postos já aumentam o preço. Paguei R$ 0,20 a mais do que na segunda-feira. E, na semana passada, houve outro reajuste”, reclamou o motorista de aplicativo Eduardo Brito.
Ato
Pela manhã, grupos de tanqueiros se reuniram próximo à Regap, na BR–381, após anúncio de greve do Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sindtanque-MG). Não houve bloqueio de rodovias.
“Em protesto contra o ICMS dos combustíveis em Minas e os altos custos dos combustíveis praticados pela Petrobras, dois caixões, simbolizando a ‘morte do frete’, foram colocados na entrada da BR Distribuidora”, informou o sindicato. Não há data prevista para o fim do movimento.
O Minas Petro informou que, se a paralisação dos tanqueiros durasse mais de 24 horas, o abastecimento seria seriamente afetado.
O governo de Minas afirmou que os últimos reajustes nos valores dos combustíveis devem-se à política de preços praticada pela Petrobras, e não ao ICMS, imposto estadual.
Proposta
O governo federal propôs auxílio diesel de R$ 400 aos caminhoneiros autônomos, nesta quinta-feira (21). A medida seria para tentar evitar uma possível greve geral dos caminhoneiros, marcada para a 1º de novembro. Mas, em resposta, o presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, mais conhecido como Chorão, afirmou que os R$ 400 não atendem as demandas dos caminhoneiros, que o valor é insuficiente frente ao diesel custando, em média, R$ 4,80, e que, portanto, a greve programada para o dia 1º de novembro está mantida.