Recentemente, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a Taxa Selic para 12,25% ao ano, segundo dados do Banco Central em 2025. Mas o que isso significa na prática para o micro e pequeno empreendedor? É muito mais do que um dado abstrato: a Selic influencia diretamente o custo do crédito, as vendas e a capacidade de investimento das empresas. Para os pequenos negócios, que já operam com margens apertadas, o impacto é ainda mais severo.
Basicamente, a Selic determina o custo de crédito em empréstimos, financiamentos e parcelamentos. Quando ela está alta, a taxa de juros fica mais cara. Logo, empréstimos para capital de giro, expansão ou reposição de estoque se tornam inviáveis para muitos pequenos empresários. Sem acesso a um crédito acessível, a maioria dos negócios fica limitada a trabalhar com os próprios recursos, o que muitas vezes não é suficiente para sustentar o crescimento.
Além disso, a alta da Selic reflete diretamente no comportamento do consumidor. Com juros mais altos, o crédito ao consumidor também encarece, o que desestimula compras parceladas e compromete o poder de compra das famílias. Para os pequenos negócios, isso se traduz em menos vendas, especialmente de produtos e serviços de maior valor agregado, que dependem de financiamentos ou parcelamentos.
Outro ponto crítico é que a Selic elevada aumenta os custos fixos indiretos dos pequenos negócios. Muitos contratos de aluguel, por exemplo, são reajustados pelo IGP-M, que frequentemente acompanha as tendências de alta da Selic. Isso eleva os custos do negócio e torna o cenário ainda mais desafiador.
Para os pequenos empreendedores, a manutenção da Selic em níveis tão altos reforça a necessidade de políticas públicas que deem suporte real ao setor. Reduções tributárias, incentivos ao consumo e programas de crédito com condições mais acessíveis são fundamentais para evitar que esses negócios, que geram empregos e movimentam a economia, fiquem sufocados.
Enquanto isso, os pequenos empresários seguem se adaptando e lutando para manter suas operações em um cenário que exige planejamento estratégico, inovação e, acima de tudo, resiliência. A questão é: até quando será possível?